É bem verdade que possivelmente grande parte do
público feminino já se derreteu ao ganhar um buquê de flores. Mas a questão não é quem gosta ou não de flores, de rosas, de buquês e afins, a questão é o
valor de uma pessoa enquanto flor, numa perspectiva metafórica...
As flores são bens não duráveis que nunca
enfeitarão por muito tempo um ambiente. As flores servirão apenas por uma
semana e logo ficarão feias e murchas e sem nenhuma necessidade de adorno.
Então, eis que uma vez escutei: As flores de
plástico são muito mais úteis e não morrem!
Deveras! Flores de plástico serão sempre lindas, e
se você cuidar direitinho, não deixando acumular poeira, longe do calor e da
umidade, sim... essas flores continuarão lindas e impecáveis por anos a fio.
Essas flores vão estar na sala, na varanda, na sala de jantar. Vão estar onde
você preferir que elas estejam. E vão esperar que você faça a limpeza daquela
poeirinha que acumulou. Sempre estarão esperando a sua vontade.
A verdade é que flores reais são como pessoas.
Flores de plástico, infelizmente, também são.
Podemos separá-las em dois grupos: as verdadeiras e
as artificiais. Conhecemos uma infinidade de biótipos e personalidades. Alguns,
verdadeiros, outros, artificiais. Há pessoas que enquanto flores reais tem seu
prazo de validade e deixa que o tempo permaneça e flua em seu cotidiano. Não se
importam se um dia “murchar”, o que vai valer é o curto (e valioso) espaço de
sua permanência. Mas também há pessoas que enquanto flores artificiais tem uma
preocupação absurda com o tempo, com os anos, com a aparência. Não murcham, não
sentem, são frias, frígidas, indiferentes e desprovidas de feições sinceras.
O que cabe aqui não é o valor sentimental dos dois
distintos grupos florais, mas o valor do tempo. As flores reais são peculiares:
quando começamos a nos acostumar com a presença delas, elas se vão, dando lugar
a lembrança nostálgica da semana que em que estiveram na nossa companhia. Dão
lugar a outras, de fato, mas que jamais serão as mesmas, nem elas, nem as
situações. As flores de plástico são feitas em moldes que servem para fazer um
milhão de flores iguais. Criam-se tipos de flores que nem existem, moldam-se a
nossos gostos, empoeiram-se, amarelam-se e finalmente, são esquecidas.
E aí pensamos como o tempo pode deteriorar tudo, não
importa se aparentemente ou sentimentalmente. O tempo deteriora até o que
parece infindável. O tempo apenas difere pra cada um, pra cada ser, pra cada
flor, sejam as reais, sejam as artificiais.
Mas o que vai importar é: que tipo de flor você
foi?
Porque as flores reais tem curto prazo de vida.
Isso é fato.
Mas acredite... as flores de plásticos também morrem.
Thaís Rigueira
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