terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Déjà vu




Eu percorro com os dedos tuas costas nuas.
O meu olhar acompanha a suavidade dos meus movimentos.
As horas deixaram de fazer algum sentido.
O tom bronzeado se mistura com o aroma que exala da tua pele... e eu inalo lentamente.
Vendo bem de perto, teus poros mais parecem pequenos, milhares de conjuntos montanhosos que ao entrarem em contato com meus dedos, somem, surgem, somem de novo em um encadeamento prazeroso.
Um déjà vu percorre minha mente:
"Isso já aconteceu..."
É, e me parece que até em outras vidas você e eu já éramos N ó s.

Thaís Rigueira

Eu sou uma bomba

Eu sou uma bomba,
quando me explodo de felicidade,
ao matar uma saudade,
em um abraço apertado... em um beijo
eu sou uma bomba,
quando me encontro na perda,
no desespero, no choro compulsivo
eu sou uma bomba.
E não é tão trágico
ser uma bomba
quando se explode
no momento certo.
Fogos de artifício são lindos
quando explodem
no momento certo
e mesmo assim
não deixam de serem
bombas.

Thaís Rigueira

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Poesia de guardanapo


A lágrima cai e des(mancha)
as palavras escritas de caneta bic.
Deveriam ser palavras belas em um
papel tão delicado.
Mas as lágrimas mancham tudo
Mancham não só no rosto que fica sujo
de tinta azul
Mancham na alma
Onde as marcas se aprofundam mais

Peguei um papel pra escrever uma
poesia com destreza
E tudo que fiz foi me manchar
de tinta
e de tristeza...

Thaís Rigueira