terça-feira, 5 de setembro de 2017

Um mote pra dois



Revolvendo-me em ruínas decidi reinventar,
Mudei cabelo, pintei olhos
Pus meus passos a dançar...
Chega de correr,
Melhor é rodopiar.

Não preciso ser um bom dançarino
 pra meus passos ritmar,
Correr por esse caminho não vai me fazer contemplar 
Mudei a rota, a rotina 
Pus meus passos a dançar... 
Chega de correr,
Melhor é rodopiar

E se eu dançar com a vida
não preciso coreografar
Se eu caio, levanto
limpo os joelhos, continuo a caminhar
Não sou do balé, nem bailarina
Mas pus meus passos a dançar
Chega de correr...
Melhor é rodopiar 



Ilka Souza e Thaís Rigueira 
- 2016 (poesia em construção guardada nos rascunhos)





terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Déjà vu




Eu percorro com os dedos tuas costas nuas.
O meu olhar acompanha a suavidade dos meus movimentos.
As horas deixaram de fazer algum sentido.
O tom bronzeado se mistura com o aroma que exala da tua pele... e eu inalo lentamente.
Vendo bem de perto, teus poros mais parecem pequenos, milhares de conjuntos montanhosos que ao entrarem em contato com meus dedos, somem, surgem, somem de novo em um encadeamento prazeroso.
Um déjà vu percorre minha mente:
"Isso já aconteceu..."
É, e me parece que até em outras vidas você e eu já éramos N ó s.

Thaís Rigueira

Eu sou uma bomba

Eu sou uma bomba,
quando me explodo de felicidade,
ao matar uma saudade,
em um abraço apertado... em um beijo
eu sou uma bomba,
quando me encontro na perda,
no desespero, no choro compulsivo
eu sou uma bomba.
E não é tão trágico
ser uma bomba
quando se explode
no momento certo.
Fogos de artifício são lindos
quando explodem
no momento certo
e mesmo assim
não deixam de serem
bombas.

Thaís Rigueira

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Poesia de guardanapo


A lágrima cai e des(mancha)
as palavras escritas de caneta bic.
Deveriam ser palavras belas em um
papel tão delicado.
Mas as lágrimas mancham tudo
Mancham não só no rosto que fica sujo
de tinta azul
Mancham na alma
Onde as marcas se aprofundam mais

Peguei um papel pra escrever uma
poesia com destreza
E tudo que fiz foi me manchar
de tinta
e de tristeza...

Thaís Rigueira
 

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

No olho do furacão



"Aquele momento em que me deleito ao seu lado depois de uma semana agitada, que ficamos de rostos colados, os olhares se intercalam olhos nos olhos e escuridão; o silêncio se torna nossa trilha sonora, acompanhados de respirações quentes, ternas e vagarosamente compassadas; os seus dedos caminham em minha pele - d e l i c a d a m e n t e - escrevendo frases invisíveis, proporcionando-a arrepios suaves. Esses momentos singulares vangloriam meus sentimentos e talvez, por serem justamente tão peculiares, tão nossos, meus pensamentos voam, tão certo quanto ao momento em que minha mente não mentiu pra mim quando te quis ao meu lado.

Me sinto - por alguns instantes, eu sei, - em meio ao olho de um furacão,
no meio de uma semana,
no meio de um mês,
no fim de um ano."

Thaís Rigueira 

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Dedico-te



"Me transformo em flor,
céu azul,
pôr do sol...
Versifico-me neles,
pois, quem não tem
o hábito de me ler,
ao menos poderá contemplar-me."

Com amor,

Poesia



Thaís Rigueira

quarta-feira, 1 de abril de 2015

O vento e os muros de um coração em construção



Foi alvoroço que provocara a ventania ao chegar lá dentro
Derrubou até as construções que julgava sólidas e fortes
Construções que demorara tanto tempo pra erguê-las.
E com apenas um sopro tudo foi demolido.
Ficou louca de fato, afinal, demoraria
pra juntar tudo que julgava ser cacos.
Mas o vento forte que não deixou nada de pé
Continuou a derrubar tudo que encontrava inteiro.
E ela, na sua ingenuidade só pensava no tempo
que levaria pra erguer cada muro em seu devido lugar
Cada muro que havia construído dentro de si.
Cada muro feito pra ninguém entrar.
Mas o vento foi cada vez mais forte
cada vez mais devastador.
E foi derrubando tudo até restar nenhum tijolo.
Os muros virarão pó
e se sentiu complemente desprotegida.
Mas que o vento forte acalmou
e foi pairando de leve, se tornando brisa.
E antes que pudesse voltar a erguer
seus muros novamente,
percebeu que deles não precisava
porque está bem com o quem viu
com o que sentiu...
estava/era
L I V R E


Thaís Rigueira